A matéria é ilusória não porque ela não exista, mas sim por seu valor transitório. Ela não é eterna, passa como um sopro de vento. Como um castelo de areia, mais dia, menos dia, desmorona! Essa é a natureza básica de tudo aqui nessa Terra.
Desapegar-se é valer-se da máxima espiritualista que diz: “Viva no mundo, mas não seja dele”. Essa é a diferença de postura a qual nos referimos. O foco aqui não é sua conta bancária, mas sim, sua postura perante tudo isso. Entenda bem!
“Mas...?”
Não, não fale agora! Escute bem o que estamos dizendo. Qualquer caminho espiritual está alicerçado pela pedra do desapego. E a Umbanda não poderia ser diferente. Ela nunca condenará sua busca por tranquilidade e estabilidade de vida. Mas ela deve ser uma chama devoradora do valor exacerbado dado a tudo isso. Deve ser como um vento amoroso a lhe mostrar que pessoas vêm e vão, nascem e morrem na carne, mas em espírito e consciência são eternos e nada pode matá-los. Que nada levamos desse mundo, a não ser os tesouros do coração.
Isso é uma das coisas mais básicas, mas também uma das mais importantes, que você, amigo leitor, poderá aprender durante as giras de Umbanda e o contato com as entidades. Caso contrário algo está errado. Você não está enxergando o tesouro espiritual que elas carregam, pois está cego em busca de outros tesouros. Desperta!
Quando isso acontecer, a Umbanda vai ser outra perante seus olhos. Não existirá mais dúvida, apenas amor. A caridade será natural. Você não mais cobrará resultados pelos mais diversos trabalhos, mas sim, simplesmente se beneficiará da presença dos guias e Orixás. A Umbanda não terá mais nada a te oferecer, mas ao invés disso, ela te completará. Nisso reside um grande milagre...
Junto do desapego, virá à felicidade verdadeira que nasce da tranquilidade.
Por isso, cuidado! Caso você procure Umbanda para melhorar de vida através de um passe de mágica e com um simples estalar de dedos resolver todos seus problemas, você errou e errou feio. Esse não é o caminho umbandista. Isso nunca seria um caminho espiritual.
1 – Não coloque a culpa de seus problemas nos outros. A culpa é sempre sua! Mesmo com obsessores, assediadores, magias e kiumbas grudados no cangote, à culpa é sempre sua. Você não aprendeu nada sobre a Lei das afinidades? Então tenha isso em mente.
2 – A Lei do carma não é boa nem má. É natural. Portanto trate bem a vida, tenha olhos para aprender e entender seus sinais, que a vida de tratará bem. Apenas isso.
3 – Entenda que prosperidade tem muito mais a ver com desapego do que com dinheiro. Quanto você precisa para viver? Lembre-se que você pode virar escravo dessa necessidade.
4 – Desapego é também uma postura perante os relacionamentos. Perante as idas e vindas da vida. Perante a morte e o nascer. Aquele que é realmente desapegado vive no presente, sempre, sem nostalgias, sem grandes planos. Ele caminha com o tempo, não corre atrás dele. Sabe seguir o fluxo da vida.
5 – A Umbanda tem muito a te oferecer. Mas você precisa ter olhos para ver essa riqueza. Olhos do coração, para ver os tesouros do espírito. Lembre-se disso!
6 – Nada contra os trabalhos de prosperidade e abertura de caminhos. Eles são importantes em certos casos. Mas eles são remédios, medidas extraordinárias que visam melhorar algo grave. Mas como qualquer remédio, você pode viciar nisso e esquecer-se de prevenir. E essa prevenção só vem com uma mudança de postura, um despertar de consciência. Esse deve ser o foco.
7 – Por último: Tudo que aqui foi dito servirá, caso seja realmente compreendido, para uma coisa: Te dar mais liberdade. Sim, você se tornará livre. Livre para assumir as responsabilidades de tudo de bom e de mal que acontecer em sua vida. Isso pode parecer difícil e desconfortante. Mas é um passo incrível para a auto realização. E esse passo chama-se responsabilidade. Responsabilidade Sua, para com Sua vida!
“Ah! Mas que bobagem. Eu achando que era um texto “espiritual”, onde aprenderia alguns truques para resolver minha vida. Isso deve ser alguma artimanha do meu obsessor, para me tirar do foco dos meus estudos. Mas eu pego ele ainda, e aí ele vai ver. Acho que vou procurar alguma coisa mais “forte”, pois essa tal de Umbanda”...
É amigo leitor, vá se acostumando. As pessoas aprenderam que caridade é resolver os problemas dos outros. Mas, talvez, a grande caridade seja o esclarecimento. Esse texto foi pensado em cima disso. Sem fórmulas mágicas, sem consolo, sem “passar a mão na cabeça”. Mas a realidade, colocada de frente. Caso tenha servido, muito bem. Caso não, um dia servirá.
José da Guiné
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