quinta-feira, 31 de maio de 2012

Falanges



É importante esclarecer algumas dúvidas mais comuns quanto à formação das falanges na umbanda. Numa determinada falange pode haver centenas de espíritos atuando com o mesmo nome, aos quais denominamos de falangeiros dos orixás. A falange de Cabocla Jurema, por exemplo, é constituída de milhares de espíritos que adotam este nome, como se fossem procuradores diretos da vibração do orixá Oxóssi. Então, sob o comando de um espírito, existe uma quantidade enorme de outros espíritos que se utilizam dessa mesma "chancela" ou "insígnia" - uma espécie de autorização dos Maiorais que regem o movimento umbandista e que identificam os que já adquiriram o direito de trabalho nas suas frentes de caridade no orbe. Na verdade, quando um médium incorpora uma Cabocla Jurema, ele se enfeixa na falange que tem uma vibração peculiar. Por isso, pode ocorrer a manifestação de centenas de caboclas juremas ao mesmo tempo, pelo Brasil afora, inclusive dentro de um mesmo terreiro.

Quantas vezes ocorrem sérios conflitos em um terreiro porque certo médium começa a manifestar uma entidade com o mesmo nome do guia do dirigente. Aí começam os ciúmes, as vaidades feridas, e gradativamente o médium "abusado" começa a ser desacreditado em sua mediunidade, como se uma determinada entidade fosse propriedade de alguém na Terra. Devemos estudar mais, observar melhor o plano astral e o que os espíritos do "lado de lá" têm para nos ensinar. Vemos muitos "sacerdotes" despreparados, fazendo coisas porque sempre foram feitas de determinada maneira, ou mesmo proibindo os trabalhadores da corrente de se instruírem por meio da leitura, o que é algo semelhante à "caça as bruxas" do tempo da Inquisição, que retorna atavicamente em algumas personalidades detentoras de poder religioso.

Considerando que é possível um mesmo espírito atuar em diversas falanges com mais de um nome, de acordo com sua missão e evolução espiritual, percebemos o quanto é grande o nosso apego às entidades que nos assistem quando ouvimos corriqueiramente a seguinte afirmação de muitos médiuns: "meu guia", "meu caboclo", "meu exu". Na realidade, eles quem nos escolhem do "lado de lá". A opção sempre parte do mundo espiritual. Quantas vezes nos achamos privilegiados por ter como guia o “caboclo mais forte”, quando ele está se manifestando-se bem ao nosso lado, no médium mais simples e prestativo do terreiro, como um humilde pai velho, por não encontrar mais no seu antigo aparelho o campo psíquico livre da erva daninha que é a sorrateira vaidade.

Da mesma forma, um espírito pode estar atuando manifestado mediunicamente em vários aparelhos ao mesmo tempo, numa diversidade de terreiros. É possível a certas entidades vibrarem numa espécie de multiplicidade vibratória (ubiquidade), pois as distâncias e o tempo do "lado de lá" diferem em muito do plano físico. Imaginemos uma mesma fonte geradora de eletricidade que alimenta muitos fios que levam a energia para vários bairros. A mesma força que entra na mansão de João entra no casebre de José, na choupana de Maria, na casa do feirante, no apartamento do médico, sendo a origem fornecedora a mesma, ainda que mude a luminosidade e a cor aos nossos limitados olhos.

É surpreendente o fato de personagens famosos de outrora estarem humildemente por trás de uma aparência de caboclo, como acontece com doutor Bezerra de Menezes, e inúmeros outros espíritos, a exemplo de Joana de Ângelis, que se apresenta com a vestimenta de uma vovó mandingueira do Congo velho africano. Apelamos aos companheiros de todas as frentes mediúnicas que deixemos os sectarismos de lado e permaneçamos distantes de nossas atitudes orgulhosas e superiores perante os irmãos que optam por doutrinas diferentes das que abraçamos. Vamos nos respeitar fraternalmente.


Retirado do livro Umbanda pé no chão - Norberto Peixoto (Um guia de estudos orientado pelo espírito Ramatís)

quinta-feira, 24 de maio de 2012

24 de maio - Dia de Santa Sara Kali


Salve Santa Sara, padroeira dos Ciganos!

Salve Rainha Sara!

Salve sua formosura.

Que a tua magia se faça sempre presente na minha vida e na de todos aqueles que estiverem sob o meu teto.

Quando estiveres no caminho de tuas vibrações maiores, não te esqueças dessa humilde criatura cujo caminho é árduo de sofrimento e provocações.

Salve tua harmonia que tanta falta nos faz neste mundo de tempestades e tormentas.

Que os teus sete ciganos cavaleiros andantes possam com tua permissão, favorecer todos os que deles precisarem.

Rainha e Senhora dos grandes segredos, dos grandes mistérios, não nos deixe caminhar sem tua proteção, sem os teus cuidados.

Onde começa a tua ternura é onde avança a nossa esperança.

Salve o povo cigano!

Salve Santa Sara Kali!

  Saravá!

Não espere por justiça, faça por merecer!



"A Lei do retorno deve ser cumprida e executada. Seguindo a verdade dessa afirmação, qualquer um possuidor de luz divina tem a permissão de executá-la, encarnado ou não, assim como Jesus em sua passagem pelo plano da Terra concedeu a permissão da expulsão de obsessores e demônios que dominassem algum filho de Deus.

Seguindo essas verdadeiras palavras, confirmadas através dos tempos, conclui-se mais uma vez que a Lei do retorno existe e sempre existirá para ser cumprida e executada em nome da Justiça Divina.

Mas não deixe se enganar (por) aqueles que por dar uma esmola, por ajudar o próximo e assistir missas, por seguir uma doutrina, por bater um tambor, por lavar uma cabeça, por receber uma benção, julgar-se capaz de cumprir e executar essa Lei. Pense que a cada mil, nenhum será digno. Que a cada dois mil, nenhum será digno. Sabe-se lá ao meio de quantos, apenas esse ou aquele tem a permissão para executar essa Lei.

Como saber? Indo a fundo em seu próprio interior para buscar a Luz Divina. E prepará-la para vir à tona. A preparação é árdua, requer conhecimento, paciência, sensibilidade, humildade e força espiritual. Só assim, após longa caminhada de preparação tem-se a capacidade de poder fazer cumprir e executar a Lei do retorno. Reflita na longa caminhada; nas entidades espirituais; pense na longa caminhada dos espíritos que hoje se encontram dentro da Luz. Muitos precisaram de várias reencarnações, muitos precisaram de longo tempo mesmo após sua existência, em algum ponto do mundo espiritual para ter a permissão de fazer cumprir e executar a Lei do retorno.

Diante dessa verdade, não espere por justiça, faça por merecer."



- Exu de Lei (Mensagem recebida em 20 de junho de 2009
pelo médium Alberto Magno, Equipe Genuína Umbanda)
www.genuinaumbanda.com.br

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Mediunidade na Umbanda



Ser médium atuante é uma das mais honrosas tarefas espirituais. É estar a serviço do Criador e colocar aos necessitados, todo o carinho e o altruísmo, que só uma grande alma possui.

Lembramos que, todos somos médiuns, pois podemos mediar. Temos a capacidade de entrar em contato com as forças Divinas através deste dom. Muitos sem mesmo saber, através de orações, fazem este intermédio magnífico e com isso, ajuda a si e aos que receberam estas benções.

Podemos ser curadores, podemos livrar as pessoas de cargas negativas, podemos aliviar uma alma desesperada, apenas com uma oração. Enviamos influxos mediúnicos e nossos amigos espirituais, juntamente com o Poder Divino, beneficiamos.

Porém, a mediunidade, nas tarefas espirituais Umbandistas, é diferenciada no tocante as atuações, que são imediatas e grandemente benéficas.

Temos algo que nos diferencia, que são as diversas formas que podemos utilizar este dom mediúnico, que é mediar entre os planos espirituais dos mais diversificados.

Não só com orações, que são altamente poderosas, mas também através dos Poderes do Criador nos campos das Divindades, dos Orixás, dos Exús e Pomba Giras, e dos milhares de guias protetores, divididos em grandes falanges do bem.

Ações, poderosas, através de forças elementais, onde entram as oferendas e toda uma movimentação magística destes elementos, que se tornam vivos no astral após a consagração, que é a própria ativação sobre a ação que estaremos atuando. Os assistidos recebem estas maravilhas na vida, nossos irmãos que estão no infortúnio, recebem estas cargas de energia salutar, e são direcionados a moradas de tratamento.

Sempre com bom senso e principalmente, temos o dever de saber o que estamos fazendo e o que estamos ativando. Tudo tem que ser dentro dos campos Iluminados do Criador, não existe dentro da Umbanda, trabalhos de amarração, de magia negativa, de ataques aos desafetos, lembrem-se, isso não é uma ação umbandista.

Nossa religião vem sofrendo ataques, exatamente por existirem oportunistas e muitos leigos, que se acham umbandistas e utilizam os pontos de força para tal tarefa danosa. Isso quando não se utilizam dos nomes alheios, de guias espirituais, mas a estes, é bom lembrá-los, um dia estarão do lado espiritual e serão recolhidos aos planos dos quais eles semearam.


Busquemos os estudos, para que entendamos as ações Iluminadas existentes na Umbanda.

A mediunidade na Umbanda é fantástica, porém, todos os médiuns, devem se lapidar, buscar a serenidade de suas forças. Ter paciência, trabalhar em si o dom da Humildade, meditar sobre si, aprender com os que sabem mais, e ensinar aos que estão aprendendo.

Ter sua fé e amor, inabaláveis, este ponto é de Incrível importância, pois é nestes pilares que podemos nos apoiar e estruturar nossas forças mediúnicas.
Não é apenas, colocando a roupa branca, é sobretudo, ter o "branco em seu coração".

Na simplicidade, está o Poder, não se preocupe em se paramentar, seus guias, já os trazem a você espiritualmente, se realmente o Criador lhe reservou tal Dádiva, ou melhor, se você realmente é merecedor.

E ser merecedor, lembre-se, embora a palavra pareça dura, ela serve para que meditemos o que temos feito a nós mesmos e aos que estão ao nosso redor.

Está em você, médium, percorra a senda do bem, e estará amparado pelo bem. Se um dia, entrar nas trevas em suas atuações, lembre-se, deixará de atuar na Umbanda e estará atuando em outro campo. Tudo o que fazemos e desejamos ao próximo, retornará para nós.

As leis do Universo são assim! Digo isso, pois nos caminhos da espiritualidade, vi médiuns fabulosos caírem. Entraram no Orgulho, na Vaidade, deixaram seus egos sobressaírem e isso não queremos que aconteça aos verdadeiros guerreiros de Oxalá. 


Fonte: Artigos - Tenda Espírita de Umbanda Pai Tomé de Aruanda 

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Pés descalços, por quê?



Todo Umbandista já deve ter ouvido a frase “Umbanda é pé no chão”. Mas será que todos sabem o porquê de ficarmos descalços em nossos terreiros? São três motivos principais. O primeiro é que o solo representa a morada dos nossos antepassados e quando estamos descalços tocando com os pés no chão estamos entrando em contato com estes ancestrais e, consequentemente, com todo o conhecimento e a sabedoria que esse passado guarda. O segundo motivo pelo qual tiramos os calçados é o respeito ao solo sagrado do terreiro. Imagine que vir da rua com os sapatos sujos e entrar com eles onde nossos trabalhos espirituais são realizados seria como alguém entrar em nossa casa carregando uma montanha de lixo que vai caindo e se espalhando por todos os cantos. Diante desta situação você diria o quê? No mínimo que essa tal pessoa não tem respeito por você ou pela sua casa. O terceiro motivo é o fato de que naturalmente nós atuamos como “para-raios” e ao recebermos qualquer energia mais forte, se estivermos descalços sem nenhum material isolante entre nosso corpo e o chão, ela automaticamente se dissipa no solo. É uma forma de garantir a segurança do médium para que não acumule ou leve determinadas energias consigo. Além de tudo isso, podemos dizer também que realizar nossos trabalhos espirituais descalços é uma forma de representar a humildade e a simplicidade do Rito Umbandista. Vale lembrar que no início este costume, nos cultos de origem africana, tinha outro significado. Os pés descalços eram um símbolo da condição de escravo, de coisa, uma vez que o escravo não era considerado um cidadão e estava, por exemplo, na mesma categoria do gado bovino das fazendas. Quando liberto a primeira coisa que o negro procurava fazer era comprar sapatos que eram o símbolo de sua liberdade e, de certa forma, faziam com que ele fosse incluso na sociedade formal. O significado da “conquista” dos sapatos era tão profundo que muitas vezes eles eram colocados em lugar de destaque na casa para que todos os vissem. No entanto, ao chegar ao terreiro, espaço que havia sido transformado magisticamente em solo africano, os sapatos tornavam-se novamente apenas um símbolo de valores da sociedade branca e eram deixados do lado de fora. Ali os negros sentiam-se de novo na África e podiam retornar à sua condição de guerreiros, sacerdotes, príncipes, caçadores, etc. Tenho certeza que agora entrar descalço no terreiro terá outro valor e sentido. Não é mesmo?
Muito axé!

Por Mãe Mônica Caraccio

terça-feira, 8 de maio de 2012

Oração aos Pretos Velhos


Louvados sejam todos os pretos-velhos.
Louvados sejais vós que formais o santíssimo rosário da Virgem Maria.
Santas Almas Benditas, protetoras de todos aqueles que se encontram em aflição.
A vós recorremos espíritos puros pelos  sofrimentos, grandiosos pela humildade e bem aventurados pelo amor que irradiam, socorrem-me, pois encontro-me em aflição.
Concedam-me, meus bondosos pretos-velhos, a graça de (pede-se a graça que deseja alcançar) através da vossa intercessão junto a Santa Virgem Maria, santíssima mãe de Deus e de todos nós.
Dai-me meus pretos-velhos um pouco de vossa humildade, de vosso amor, e de vossa pureza de pensamentos, para que possa cumprir a minha missão na Terra, seguindo todos os vossos exemplos de bondade.
Louvadas sejam todas as Santas Almas Benditas. Tenham piedade de nós. Assim seja!

Adorei as Almas!

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Humildade na Umbanda: Pretos - Velhos



Eles representam a força, a resignação, a sabedoria, o amor e a caridade. São um ponto de referência para todos aqueles que necessitam: curam, ensinam, educam pessoas e espíritos sem luz.
Eles representam a humildade, não têm raiva ou ódio pelas humilhações, atrocidades e torturas a que foram submetidos no passado.
Com seus cachimbos, fala pousada, tranquilidade nos gestos, eles escutam e ajudam àqueles que necessitam independente de sua cor, idade, sexo e de religião.
Não se pode dizer que em sua totalidade que esses espíritos são diretamente os mesmos pretos-velhos da escravidão. Pois, no processo cíclico da reencarnação passaram por muitas vidas anteriores foram: negros escravos, filósofos, médicos, ricos, pobres, iluminados, e outros. Mas, para ajudar aqueles que necessitam escolheram ou foram escolhidos para voltar a terra em forma incorporada de preto-velho. Outros, nem pretos-velhos foram, mas escolheram como missão voltar nessa pseudo forma.
Este comentário pode deixar algumas pessoas, do culto e fora dele, meio confusas: "então o preto-velho não é preto-velho, ou é, ou o que acontece?".
O espírito que evoluiu tem a capacidade de se por como qualquer forma passada, pois ele é energia viva e conduzente de luz, a forma é apenas uma consequência do que eles tenham que fazer na terra. Esses espíritos podem se apresentar, por exemplo, em lugares como um médico e em outros como um preto-velho ou até mesmo um caboclo ou exu. Tudo isso vai de acordo com o seu trabalho, sua missão. Não é uma forma de enganar ou má fé com relação àqueles que acreditam muito pelo contrário, quando se conversa sinceramente, eles mesmos nos dizem quem são, caso tenham autorização.
Por isso, se você for falar com um preto-velho, tenha humildade e saiba escutar, não queira milagres ou que ele resolva seus problemas, como em um passe de mágica, entenda que qualquer solução tem o princípio dentro de você mesmo, tenha fé, acredite em você, tenha amor a Deus e a você mesmo.
Para muitos os pretos-velhos são conselheiros mostrando a vida e seus caminhos; para outros, são psicólogos, amigos, confidentes, mentores espirituais; para outros, são os exorcistas que lutam com suas mirongas, banhos de ervas, pontos de fogo, pontos riscados e outros, apoiados pelos exus de lei (exus de luz) desfazendo trabalhos e contra as forças negativas (o mal), espíritos obsessores e contra os exus pagãos (sem luz que trabalham na corrente negativa que levam o homem ao lado negativo e a destruição).

Adorei as almas!

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Ponto Cantado



Na Umbanda, um dos mais importantes fundamentos é o Ponto Cantado. Os Pontos Cantados são muito mais que cantigas de Umbanda, são cantigas em louvor aos Orixás e as linhas das Entidades trabalhadoras. O Ponto Cantado é um dos fundamentos mais importantes para a harmonização e eficácia dos trabalhos dentro de um Templo Umbandista.

Vamos novamente, resgatar a história. Antigamente, o homem materialista mais ligado aos aspectos físicos, buscou entender a verdadeira finalidade de sua existência, como já vimos em textos anteriores. Em virtude da necessidade de se religar com o Criador, buscou diferentes formas de contato. Uma das formas encontrada para a reaproximação com o Divino foi através da música, onde se exprimiam o respeito, a obediência e o amor ao Pai Maior. Desta forma, os cânticos foram incluídos nos rituais, sendo comum a todas as religiões, onde cada uma delas, com suas características próprias, exteriorizavam sua adoração, devoção e servidão aos desígnios do Plano Astral Superior. Desta forma, temos os Pontos Cantados na Umbanda, os mantras indianos, os Cantos Gregorianos da Igreja Católica, ou os Cantos de Louvor a Deus dos Protestantes.

O Ponto Cantado é uma prece, ou invocação das diferentes Falanges para as atividades ritualísticas no Centro de Umbanda. A harmonia dos sons é muito importante, pois gera uma vibração que facilita a vinda das Entidades de Luz, necessárias para os trabalhos, sendo uma verdadeira força mágica na Umbanda.
Na verdade, os Pontos Cantados são verdadeiros mantras, preces, rogativas, que dinamizam forças da natureza e nos fazem entrar em contato íntimo com as Potências Espirituais que nos regem. Existe toda uma magia e ciência por trás dos Pontos Cantados que, se entoadas com conhecimento, amor, fé e racionalidade, provocam, através das ondas sonoras, a atração, coesão, harmonização e dinamização de forças astrais sempre presentes em nossas vidas.

Os Pontos Cantados são evocações, em forma de pequenas histórias cantadas ou orações, contando quem é o Guia e/ou Orixá, sua forma de atuação, sua força diante das dificuldades, sua relação com os Orixás, um chamamento de um filho que procura ajuda ou proteção, entre outras colocações de festividade e manifestação de fé.

Outra função dos Pontos, ao serem cantados, é fazer descarregar e fluir as emoções dos médiuns em vibrações relacionadas com seus Guias e/ou seus Orixás, permitindo assim, um perfeito entrosamento e equilíbrio dos médiuns em seu trabalho.

Os Pontos Cantados podem ser de diversos tipos, a saber:

- Abertura ou licença para iniciar a gira, onde se pede a proteção dos Orixás, reforçando a ação dos sentinelas do templo, que são os Exús e os Caboclos, que formam uma espécie de cordão de isolamento permitindo a entrada apenas de Espíritos de Luz, e no momento certo, de espíritos necessitados de ajuda, mas que permanecem sobre seus controles.

- De Bate-Cabeça, que é a saudação ao Congá, visando à proteção para os trabalhos mediúnicos.

- Defumação e limpeza do Centro

- Louvação e também conexão com as Entidades e/ou Orixás, que são Pontos Cantados para a chegada das linhas de trabalho na Umbanda. Existem hinos específicos cantados para cada uma das linhas.

- Quebra de demanda

- Abertura de caminhos

- Despedida da Entidade, que não são apenas uma despedida da Entidade. Como os pontos fazem parte da magia da Umbanda, os pontos de subida servem para dar mais firmeza aos médiuns e auxiliando a Entidade a concluir seu trabalho, seja um descarrego, uma cura, ou qual seja sua missão.

- Fechamento da Gira, que serve para reequilibrar os chacras dos médiuns e prepará-los a voltarem às atividades cotidianas.

É preciso sempre ter em mente que os pontos cantados na umbanda são parte integrante de sua magia. Desta forma, os Pontos Cantados, por serem de grande importância e fundamento, devem ser alvo de todo o cuidado, respeito e atenção por parte daqueles que as utilizam, sendo ferramenta poderosa de auxílio às Entidades, que atuam dentro da Corrente Astral de Umbanda.